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Em breve 

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Checklist da Fertilidade: uma conversa franca

  • Foto do escritor: Larissa Nishiwaki
    Larissa Nishiwaki
  • há 18 minutos
  • 3 min de leitura

Você já parou um instante para pensar sobre sua fertilidade?

Eu sei… muitas vezes essa é uma conversa que a gente evita. Porque “agora não é o momento”, porque “não sei se quero ter filhos”, ou simplesmente porque a vida está cheia de outras prioridades.

Mas quero te contar uma coisa importante com todo o carinho e sinceridade de quem acolhe histórias todos os dias no consultório:a fertilidade tem o seu próprio tempo. E entender esse tempo é uma forma de cuidar de você — não de pressionar você.



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Vejo muitas mulheres chegarem até mim quando o desejo de engravidar finalmente aparece… mas junto dele surgem também dúvidas, medos e obstáculos que poderiam ter sido evitados. Não por culpa delas, mas porque nunca fomos ensinadas a olhar para nossa fertilidade antes de “precisar” dela.

Por isso preparei este guia.Não para te apressar.Não para te dizer o que fazer.Mas para te oferecer informação, liberdade e escolhas.


Vamos juntas?


Dos 20 aos 30 anos: Um início leve, de autoconhecimento

Essa é uma fase em que o mundo inteiro acontece ao mesmo tempo: estudos, trabalho, descobertas, viagens, amores, transformações. E, honestamente, pensar em ter filhos geralmente está lá no finzinho da lista quando está. E tudo bem.

Mas é justamente aqui que o corpo está no seu momento mais fértil.

Isso não significa que você “deveria” engravidar agora.Significa só que vale a pena conhecer seu corpo, entender seu ciclo e investigar qualquer condição que possa influenciar o futuro.


O que eu recomendo nessa fase:

– Acompanhamento ginecológico regular;– Ultrassom transvaginal para conhecer seu útero e seus ovários;– Exames hormonais básicos;– Avaliar sua reserva ovariana (AMH);– Conversar sobre histórico familiar.


Dica do coração:Se você tem endometriose, histórico de menopausa precoce ou já passou por tratamentos agressivos, talvez seja importante conversar sobre congelamento de óvulos, não como obrigação, mas como prevenção.


Dos 30 aos 35 anos: O momento de planejar com calma

Aos 30, a vida geralmente está mais estruturada. Os sonhos ficam mais claros, e a maternidade às vezes começa a ganhar espaço, mesmo que seja lá no futuro.

Aqui, a fertilidade já começa a mudar um pouquinho, especialmente a qualidade dos óvulos. Eu escuto muito no consultório:

“Dra., eu sou super saudável, me alimento bem, treino…”

E eu acredito e fico feliz! Mas o ovário, infelizmente, não acompanha nosso estilo de vida. Ele segue um ritmo próprio.


O que vale fazer nessa fase:

– Repetir o exame de AMH;– Considerar congelar óvulos se a maternidade não estiver nos planos dos próximos anos.– Investigar irregularidades no ciclo.– Monitorar miomas e aspectos do útero.– Avaliar a fertilidade do parceiro (sim, isso também importa).


Uma verdade importante: Congelar óvulos aqui ainda dá excelentes chances para o futuro.Não é pressão. É planejamento gentil.


A partir dos 35 anos: Agora cada mês importa um pouquinho mais

Depois dos 35, a queda da fertilidade é mais rápida. Isso não significa que você não vai engravidar, muitas mulheres conseguem, inclusive naturalmente.Mas eu gosto de ser honesta: é um momento em que precisamos agir com estratégia.

Se você está tentando engravidar há mais de 6 meses, eu realmente recomendo procurar um especialista.Não vale perder tempo precioso.


O que olhar com carinho:

– Exames atualizados de reserva ovariana e hormônios – Avaliação das trompas e da anatomia uterina– Investigação de endometriose silenciosa – Opção de congelamento ou produção independente, se estiver sem parceiro – Espermograma, se estiver em casal


Meu conselho acolhedor: Aos 38, 39, 40+, ainda é possível engravidar.Mas precisamos caminhar juntas para não perder tempo.


E se você ainda não sabe se quer ter filhos?

Eu entendo. De verdade. A decisão de ser ou não mãe é profunda, íntima e muito pessoal. E é completamente normal estar em dúvida.

É por isso que eu sempre digo: cuidar da sua fertilidade não é uma decisão sobre a maternidade: é uma decisão sobre liberdade.

Congelar óvulos não é assumir um futuro.É abrir portas para ele.

E os homens? Também importam, muito.

A fertilidade masculina também muda, também adoece, também influencia.E, sim, deve ser investigada em qualquer fase.


Com carinho,


Dra. Carla Iaconelli.

 
 
 
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