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  • Do Jaleco ao Avental do Hospital: Minha Jornada Como Médica e Paciente com Câncer de Mama

    Por anos, estive do lado de quem cuida. Expliquei inúmeras vezes, com calma e empatia, os impactos do câncer de mama na fertilidade. Falei sobre a importância de congelar óvulos antes da quimioterapia, os efeitos dos tratamentos hormonais no corpo feminino, e reforcei que, sim, ainda seria possível realizar o sonho da maternidade após a doença. Eu sabia tudo isso. Sabia mesmo. Mas nada me preparou para ouvir que, agora, o diagnóstico era meu. Aos 43 anos, me vi do outro lado da mesa. Pendurei o jaleco. Troquei o papel de médica pelo de paciente e, com ele, vieram os medos, as vulnerabilidades, as decisões urgentes. Descobri o câncer de forma precoce, é verdade, mas o susto foi enorme. Mesmo com todo o conhecimento que carrego, a notícia me tirou o chão. Foi um divisor de águas. Como médica, mas principalmente como mulher. O Impacto do Câncer de Mama na Fertilidade Sempre orientei minhas pacientes sobre a importância de preservar a fertilidade antes de iniciar o tratamento. E ainda assim, muitas mulheres em idade fértil chegam ao diagnóstico sem sequer serem informadas sobre esse impacto e perdem a chance de congelar seus óvulos ou embriões antes da quimioterapia. É um erro grave. Outro ponto que precisa ser falado, sem tabu, é a menopausa induzida. Sim, a quimioterapia pode causar uma menopausa abrupta e isso precisa ser explicado com clareza. No meu caso, os sintomas da menopausa se sobrepuseram aos efeitos da quimio e ao meu estado emocional, criando uma verdadeira bagunça na minha cabeça. Eu não sabia o que era o quê. O tratamento oncológico compromete os ovários: nossos níveis de estrogênio e progesterona despencam. Com isso, surgem sintomas como fogachos, depressão, alterações na composição corporal, perda de massa óssea, entre outros. E o tempo para agir é curto. Mas existem alternativas. O congelamento de óvulos, por exemplo, é uma técnica segura, eficaz, e pode ser feita em cerca de duas semanas. O ideal é que essa conversa aconteça antes do início do tratamento oncológico . Uma avaliação rápida com um especialista em reprodução humana já é suficiente para entender as opções disponíveis. E é importante lembrar: nem todo câncer de mama contraindica uma gravidez futura. Muita gente acha que nunca mais poderá engravidar após um diagnóstico desses, mas isso não é verdade . Com o acompanhamento certo, muitas mulheres conseguem realizar o sonho da maternidade, às vezes, sem sequer usar os óvulos congelados. Mas não podemos contar apenas com a sorte. Informação é poder. Os Sinais Que Você Não Deve Ignorar Minha experiência também me ensinou a valorizar ainda mais os sinais do corpo. Nem todo câncer de mama se apresenta como um nódulo evidente. Às vezes, é algo sutil: uma mudança na pele, um incômodo, uma intuição. Eu não tinha histórico familiar relevante. Fazia meus exames de rotina regularmente. Mesmo assim, o câncer apareceu. Isso mostra que ninguém está 100% fora de risco . Por isso, aproveito para reforçar algumas orientações importantes: Conheça suas mamas: apalpe, observe, note qualquer alteração; Faça seus exames de rotina anualmente — sem adiar; Se tiver histórico familiar, fale com seu ginecologista sobre rastreamento genético e a possibilidade de iniciar os exames mais cedo, por volta dos 30 anos; Nunca minimize sintomas, por menores que pareçam; Ao perceber qualquer sinal fora do comum, procure um mastologista. Cuidar de Si Também É Prioridade A maior lição dessa jornada? Aprender a cuidar de mim com o mesmo carinho e atenção que sempre ofereci às minhas pacientes. Como médicas, mulheres, mães, profissionais: estamos sempre colocando os outros em primeiro lugar. Mas a verdade é que saúde é prioridade. Não dá para cuidar de ninguém se a gente não estiver bem. Hoje, digo isso com mais convicção do que nunca. Meu retorno ao consultório certamente será diferente. Continuo sendo a médica especialista em reprodução humana, mas agora carrego comigo uma vivência que me transformou profundamente. Passei pela cirurgia, finalizei a quimioterapia, estou prestes a iniciar a radioterapia e sigo aprendendo, todos os dias. Essa experiência, por mais dura que tenha sido, está me tornando uma profissional mais empática. E, quem sabe, minha história possa ajudar outras mulheres a se cuidarem melhor e mais cedo. Se eu puder deixar um recado, é esse: se ame com urgência . Se toque, se observe, se escute. E, acima de tudo, se priorize. Com carinho, Carla Iaconelli.

  • Menopausa Sem Hormônios: Coragem, Cuidado e Caminhos Possíveis

    Ondas de calor. Insônia. Irritabilidade. Secura vaginal. Esquecimentos. Ansiedade. Choro sem explicação. A menopausa pode ser um verdadeiro tsunami físico e emocional. Agora, imagine passar por tudo isso sem poder contar com a terapia hormonal algo que acontece com muitas mulheres que já enfrentaram um câncer.  Essa mulher existe. E ela sofre. Muito. Muitas vezes em silêncio, sem acolhimento, sem orientação, sem saber que há alternativas seguras e eficazes. Eu atendo essas mulheres todos os dias no consultório. E quero dizer: é possível atravessar essa fase com dignidade, saúde e qualidade de vida.  Menopausa precoce: quando o corpo antecipa o tempo  Nem sempre a menopausa chega aos 50. Algumas mulheres enfrentam esse processo antes dos 40 anos, o que chamamos de falência ovariana prematura ou menopausa precoce . Pode acontecer por fatores genéticos, autoimunes, cirurgias, ou como consequência de quimioterapia e radioterapia.  É devastador, especialmente para quem ainda sonha em ser mãe. Mas quero deixar claro: a medicina reprodutiva evoluiu muito , e hoje temos opções reais para essas mulheres.  Preservação de óvulos antes do tratamento, fertilização in vitro, uso de óvulos doados, útero de substituição, tudo isso pode ser discutido com responsabilidade e carinho, caso a mulher deseje gestar no futuro.  Cada história é única, e meu papel é orientar com empatia, ciência e respeito.  E quando o câncer já passou, mas os hormônios não são uma opção  Se você tem ou já teve câncer de mama, provavelmente ouviu que não pode fazer terapia hormonal para aliviar os sintomas da menopausa. Isso é verdade para muitos casos. E sim, essa restrição é dolorosa.  Essa mulher já enfrentou dores físicas, emocionais, medo, cicatrizes. E agora, quando seu corpo clama por cuidado, os hormônios não são uma opção segura. Isso não é justo. E é por isso que precisamos falar sobre alternativas, com seriedade e ciência.  A menopausa é também sobre identidade  Costumo dizer que a menopausa não é só sobre ovários. É sobre identidade, autoestima, sexualidade. No meu consultório, vejo mulheres que:  Sentem dor na relação sexual por causa da secura vaginal;  Dormem mal e sofrem com o impacto no humor e na saúde mental;  Têm a libido afetada e não se reconhecem mais no espelho;  Desenvolvem ansiedade ou depressão silenciosamente.  O climatério sem hormônios pode ser cruel. Mas não precisa ser assim.  Há tratamentos eficazes, mesmo sem hormônio  Com base na minha experiência clínica e nos estudos mais recentes, gosto de abordar o tratamento de forma personalizada e integrativa. Algumas das opções que indico:  Alimentação baseada em ciência Fitoestrógenos naturais, como os da soja orgânica, linhaça e grão-de-bico, podem ajudar. Mulheres que consomem esses alimentos regularmente relatam menos fogachos e isso tem respaldo científico.  Medicamentos não hormonais Antidepressivos em baixas doses têm bons resultados para fogachos, ansiedade e insônia. Tudo com acompanhamento médico, claro.  Terapias mente-corpo Mindfulness, yoga, acupuntura e meditação reduzem estresse, melhoram o sono e ajudam no bem-estar geral. Isso é comprovado.  Fisioterapia pélvica e redescoberta da sexualidade A sexualidade não termina com a menopausa. Ela pode mudar e tudo bem. Fisioterapia pélvica, lubrificantes adequados e uma boa conversa com o parceiro(a) fazem muita diferença.  Você não está sozinha! Se você está vivendo a menopausa precoce, passou por um câncer ou enfrenta o climatério sem poder fazer reposição hormonal, quero te dizer algo com todo o meu coração e minha vivência como médica:  Você não está sozinha. Você não está fraca. Você está em transformação.  Com carinho, Dra. Carla Iaconelli Especialista em Reprodução Humana

  • O esforço invisível da implantação embrionária

    A implantação do embrião é um dos momentos mais delicados e determinantes para que a gravidez aconteça. Muitas vezes falamos dela como se fosse algo natural e automático, mas estudos recentes mostram que, na verdade, o embrião realiza um trabalho ativo e surpreendente para se fixar no útero.  Pesquisas em modelos que simulam o ambiente uterino revelaram que o embrião não apenas “se encaixa” no endométrio. Ele literalmente se movimenta, empurra e cava espaço até conseguir se conectar de forma estável ao organismo materno. Ou seja, a implantação é resultado de um verdadeiro esforço biológico de sobrevivência.  Agora, pela primeira vez, cientistas registraram esse processo em tempo real e em 3D. O estudo, publicado na revista Science Advances por pesquisadores do Instituto de Bioengenharia da Catalunha, conseguiu mostrar em detalhes como o embrião interage com o ambiente que o recebe. Até então, só era possível observar imagens estáticas em momentos isolados, nunca a dinâmica completa.  Para isso, foi desenvolvida uma plataforma inovadora, feita de um gel artificial de colágeno (substância presente no tecido uterino) associado a proteínas essenciais ao desenvolvimento embrionário. Essa tecnologia permitiu registrar o movimento ativo do embrião por fluorescência e medir a força aplicada durante a implantação.  A importância dessa descoberta é enorme: falhas nessa fase são responsáveis por até 60% dos abortos espontâneos e estão entre as principais causas de insucesso nos tratamentos de fertilização in vitro. Com esse novo conhecimento, abre-se a possibilidade de melhorar as taxas de fertilidade, a qualidade dos embriões e o tempo necessário para alcançar o sucesso nos tratamentos de reprodução assistida.  Cada avanço como esse nos aproxima ainda mais da nossa missão: transformar o sonho da maternidade e da paternidade em realidade.  Com carinho, Dra. Carla Iaconelli Especialista em Reprodução Humana

  • Infertilidade masculina também existe e está na hora de falarmos sobre isso sem medo

    Durante os anos em que venho acompanhando casais em busca da realização do sonho de ter filhos, percebo uma cena que ainda se repete com frequência: quando o positivo não chega, o foco da investigação recai quase sempre sobre a mulher.  Ela faz exames, muda hábitos, procura respostas, enquanto o parceiro, muitas vezes, fica à margem da conversa, acreditando que está tudo bem com ele, só porque tem vida sexual ativa. A verdade é que a fertilidade masculina também importa e precisa ser levada a sério.  O que pouca gente fala é que o fator masculino é responsável por cerca de 40% dos casos de infertilidade em casais que me procuram. E, mesmo assim, esse tema ainda é cercado de tabus, preconceitos e desinformação.  Infertilidade não é impotência  É comum ver homens confundindo infertilidade com impotência, e isso cria um medo paralisante de procurar ajuda. Mas quero deixar bem claro: um homem pode ter ereções normais, desejo sexual ativo e ainda assim apresentar alterações importantes na qualidade do sêmen. E isso não o torna menos homem, nem menos capaz de ser pai , especialmente com o apoio da medicina.  Simples de investigar, possível de tratar  O primeiro passo costuma ser um exame simples: o espermograma. Com ele, consigo avaliar quantidade, mobilidade e morfologia dos espermatozoides. A partir desse resultado, podemos entender se há necessidade de outros exames e qual caminho seguir.  Às vezes, o que está afetando a fertilidade são questões do estilo de vida, como tabagismo, álcool em excesso, estresse, má alimentação, sedentarismo ou o uso de anabolizantes. Em outras situações, encontramos causas clínicas, como varicocele, alterações hormonais ou infecções que podem (e devem) ser tratadas.  Mesmo em casos mais delicados, como a azoospermia (ausência de espermatozoides na ejaculação), a ciência tem avançado. Hoje conseguimos, muitas vezes, obter espermatozoides diretamente dos testículos, com técnicas minimamente invasivas. E isso pode permitir que o sonho da paternidade seja realizado por vias como a fertilização in vitro.  Cuidar da fertilidade é um ato de responsabilidade  Infertilidade masculina ainda é um tema evitado por muitos homens. Alguns sentem vergonha, outros não sabem por onde começar. Por isso, meu papel como médica é também acolher, escutar e oferecer caminhos reais para quem precisa de ajuda.  Fertilidade é um assunto de casal, mas também é uma responsabilidade individual. Se você deseja ter filhos, agora ou no futuro, cuidar da saúde reprodutiva é tão importante quanto cuidar do coração ou da alimentação.  A minha missão não é apenas ajudar casais a engravidar. É ajudar pessoas a se libertarem de culpas, tabus e medos, e reconhecerem que procurar ajuda é um sinal de maturidade, coragem e amor.  A infertilidade masculina existe. E quanto mais falarmos sobre ela, mais famílias poderão nascer com ciência, acolhimento e esperança.  Dra. Carla Iaconelli

  • A importância da receptividade endometrial na implantação embrionária

    Quando falo sobre fertilização in vitro (FIV), percebo que muitos pacientes concentram suas esperanças na qualidade dos embriões e isso faz sentido. Mas existe um outro fator tão importante quanto, e que pode ser determinante para o sucesso do tratamento: a receptividade endometrial. O endométrio é a camada interna do útero, e sua principal função nesse contexto é acolher o embrião. Para que isso aconteça, ele precisa estar preparado, em um período muito específico do ciclo menstrual que chamamos de janela de implantação. Essa janela dura apenas alguns dias, geralmente entre o 19º e o 21º dia do ciclo,  e fora dela, mesmo um embrião de excelente qualidade pode não conseguir se implantar. É por isso que eu costumo dizer que o útero precisa estar “de portas abertas” para receber o embrião. Já vi muitos casos em que o sucesso da FIV veio apenas depois de investigarmos com profundidade a receptividade do endométrio. Hoje, temos ferramentas avançadas como o teste ERA (Endometrial Receptivity Analysis), que nos ajudam a identificar o momento exato em que o útero está receptivo. Isso permite personalizar a transferência embrionária, respeitando o tempo único de cada paciente. Além disso, fatores como inflamações, alterações hormonais, pólipos, miomas e até o estresse podem interferir na receptividade. Por isso, sempre busco um olhar atento e individualizado em cada caso. Cada detalhe conta quando estamos falando do sonho de gerar uma vida. Tenho observado, ao longo da minha trajetória, que cuidar do endométrio com a mesma atenção que cuidamos dos embriões faz uma diferença enorme. Afinal, não basta termos a melhor semente,  o solo também precisa estar pronto para acolher e nutrir. A receptividade endometrial é, sem dúvida, uma peça-chave no quebra-cabeça da fertilidade. E é com esse olhar integral que sigo acompanhando cada mulher, cada casal, nessa jornada única e transformadora que é a busca pela maternidade. Com carinho, Dra. Carla Iaconelli Especialista em Reprodução Humana

  • Infertilidade: por que precisamos falar sobre isso com mais empatia e informação

    Junho é o mês da conscientização sobre a infertilidade — um tema que acompanho de perto no meu dia a dia com mulheres e casais que sonham com a maternidade. Embora muito comum, a infertilidade ainda é envolta por silêncios, julgamentos e, infelizmente, muita desinformação. Por isso, decidi escrever este artigo com informações claras, atualizadas e com um olhar humano sobre o assunto. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 17,5% da população adulta no mundo enfrenta dificuldades para engravidar . Isso significa que 1 em cada 6 pessoas é infértil . No Brasil, estimamos que 278 mil casais  vivem esse desafio. Esses dados mostram que a infertilidade é, sim, um problema de saúde pública , e não uma questão individual ou emocional. O que é infertilidade? Infertilidade é o diagnóstico feito quando um casal tenta engravidar por pelo menos 12 meses, com relações sexuais frequentes e sem contraceptivos , e não obtém sucesso. E quero reforçar algo muito importante: a infertilidade não é culpa de ninguém . É uma condição médica que pode — e deve — ser investigada e tratada com cuidado, ciência e acolhimento. Muitas pessoas acreditam que a responsabilidade pela fertilidade está sempre nas mulheres, mas isso não é verdade. As causas são divididas entre fatores femininos, masculinos ou uma combinação de ambos . E, em alguns casos, mesmo após investigação completa, não conseguimos identificar uma causa específica — chamamos isso de infertilidade sem causa aparente. O que pode causar infertilidade? No caso das mulheres, as principais causas que vejo em consultório envolvem: Idade dos óvulos  (a fertilidade feminina começa a cair após os 35 anos) Endometriose Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) Alterações hormonais ou ovulatórias Obstruções nas trompas Miomas, pólipos ou malformações uterinas Nos homens, as causas mais comuns incluem: Problemas na produção de espermatozoides Varicocele (dilatação das veias nos testículos) Desequilíbrios hormonais Estilo de vida : obesidade, estresse, álcool, cigarro, uso de anabolizantes ou drogas Além disso, fatores como infecções, doenças autoimunes, tratamentos como quimioterapia ou radioterapia, e condições genéticas também podem impactar a fertilidade de homens e mulheres. Existe tratamento? Sim! E esse é um dos pontos mais importantes: há tratamento para infertilidade , e as chances de sucesso são muito maiores quando buscamos ajuda cedo. A medicina reprodutiva avançou muito, e hoje conseguimos oferecer tratamentos personalizados para cada paciente ou casal. As opções vão desde as mais simples até as mais tecnológicas, como: Relação sexual programada Inseminação intrauterina (IIU)  — em que os espermatozoides são preparados em laboratório e inseridos diretamente no útero Fertilização in Vitro (FIV)  — o óvulo é fecundado em laboratório e depois transferido para o útero Congelamento de óvulos ou embriões Doação e recepção de óvulos ou embriões Diagnóstico Genético Pré-implantacional (PGT)  — indicado para prevenir doenças genéticas Em ciclos de FIV, por exemplo, podemos alcançar taxas de sucesso superiores a 60% , dependendo da idade da mulher e da qualidade embrionária. A tecnologia está cada vez mais precisa e segura — mas a escuta, o acolhimento e o cuidado individualizado continuam sendo o centro de tudo. Congelamento de óvulos: liberdade reprodutiva Um dos temas que mais gosto de falar é o congelamento de óvulos , porque ele representa liberdade, planejamento e autonomia. Muitas mulheres não querem ou não podem engravidar agora — e tudo bem. Com o avanço da técnica, podemos preservar os óvulos em sua melhor fase e permitir que a maternidade aconteça no momento certo, com tranquilidade e segurança. Ser mãe depois dos 35, 40 anos, é totalmente possível — desde que com orientação especializada. Já atendi muitas mulheres que engravidaram com seus próprios óvulos congelados e outras que realizaram o sonho da maternidade por meio da ovodoação. Cada jornada é única e merece respeito. Precisamos falar mais sobre infertilidade A infertilidade não escolhe classe social, orientação sexual ou faixa etária. Ela pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer fase da vida. E por isso precisamos falar sobre isso com mais naturalidade, empatia e informação . Hoje, infelizmente, ainda são poucas as clínicas públicas que oferecem tratamentos de reprodução assistida com acesso universal. Precisamos de políticas públicas mais abrangentes e maior investimento em saúde reprodutiva para garantir esse direito a quem sonha com a maternidade ou paternidade. Se você está passando por esse desafio, saiba que você não está sozinha(o) . Meu compromisso como médica é oferecer um atendimento ético, humano e baseado na ciência. E minha missão vai além de ajudar a gerar vidas: é sobre gerar esperança, autoestima, acolhimento e escuta. Vamos juntas e juntos transformar o silêncio em diálogo e o medo em informação. Com carinho, Dra. Carla Iaconelli Ginecologista, obstetra e especialista em Reprodução Humana

  • Infertilidade: o que você precisa saber e como a medicina pode te ajudar

    Falar sobre infertilidade ainda é um tabu para muitas pessoas. Mas a verdade é que esse é um tema muito mais comum do que parece. Segundo a OMS, uma em cada seis pessoas em idade reprodutiva vai enfrentar algum grau de infertilidade ao longo da vida. E é por isso que gosto de lembrar sempre: infertilidade não é o fim do caminho, é apenas o início de uma nova possibilidade com a ajuda certa . Como especialista em Reprodução Humana, acompanho de perto as dores, os medos e os sonhos de quem deseja engravidar. Cada história é única — e cada tratamento também precisa ser. Hoje, a medicina oferece diversas alternativas, desde as mais simples, como a indução da ovulação e a inseminação intrauterina, até técnicas mais avançadas, como a fertilização in vitro (FIV) e a doação de óvulos ou espermatozoides. Também falamos cada vez mais sobre a importância da preservação da fertilidade . O congelamento de óvulos, por exemplo, é uma forma de cuidar do seu futuro reprodutivo com autonomia e planejamento. Ao longo da minha prática, percebo que muitos mitos ainda dificultam esse processo. Não, a infertilidade não é sempre "culpa da mulher". E não, não é só "relaxar" que a gravidez acontece. Infertilidade é uma condição médica e deve ser tratada com respeito, acolhimento e técnica. Se você está vivendo esse desafio, saiba: você não está sozinha. Existe ciência, empatia e um caminho possível. E eu estarei aqui, para caminhar com você. Com carinho, Dra. Carla Iaconelli Especialista em Reprodução Humana

  • Endometriose e outras doenças femininas que afetam a fertilidade

    Por Dra. Carla Iaconelli – Especialista em Reprodução Humana Quando o assunto é fertilidade, é fundamental olhar com atenção para a saúde ginecológica como um todo. Algumas condições femininas, muitas vezes silenciosas, podem dificultar ou até impedir uma gravidez. A endometriose  é uma das mais comuns — e também uma das que mais impactam a fertilidade.  Quero trazer um alerta: quanto antes essas doenças forem identificadas, maiores as chances de um tratamento eficaz e da realização do sonho de ser mãe. O que é endometriose? A endometriose acontece quando um tecido semelhante ao que reveste o útero (endométrio) cresce em outras partes do corpo, como ovários, trompas e até intestino. Esse tecido fora do lugar inflama, sangra e pode formar aderências, gerando dor intensa e até infertilidade. Entre os principais sintomas estão: Cólicas menstruais fortes e progressivas Dor pélvica constante Sangramento irregular Dor durante ou após as relações sexuais Esses sinais não devem ser ignorados. Muitas vezes, a mulher convive com a dor por anos, achando que é “normal”. Não é. Outras doenças que também afetam a fertilidade Além da endometriose, outras condições ginecológicas podem interferir diretamente na sua capacidade de engravidar. Veja algumas: - Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) Distúrbio hormonal que pode causar menstruação irregular, ausência de ovulação e até resistência à insulina. - Insuficiência Ovariana Prematura (IOP) É quando os ovários deixam de funcionar antes dos 40 anos, reduzindo a produção de óvulos e os níveis hormonais femininos. - Miomas Uterinos Tumores benignos que podem dificultar a implantação do embrião e aumentar o risco de abortos espontâneos. - Doença Inflamatória Pélvica (DIP) Infecções graves que podem deixar cicatrizes nas trompas e impedir que o óvulo encontre o espermatozoide. - Hiperprolactinemia Excesso do hormônio prolactina, que pode impedir a ovulação e comprometer o ciclo menstrual. Como essas condições afetam a fertilidade? Essas doenças podem causar: Obstrução das trompas de falópio Inflamações crônicas no sistema reprodutivo Diminuição da qualidade dos óvulos Falhas na implantação do embrião Maior risco de abortos espontâneos Por isso, é fundamental agir cedo. O tempo é um fator precioso quando falamos de fertilidade. O que você pode fazer? A boa notícia é que existem caminhos — e muitos deles bastante eficazes. Aqui estão algumas estratégias que recomendo: 1.    Faça o acompanhamento regular com ginecologista Consultas de rotina são essenciais para diagnóstico precoce. 2.    Invista em um tratamento personalizado Dependendo do caso, pode-se recorrer a medicamentos hormonais, cirurgia minimamente invasiva ou técnicas de reprodução assistida. 3.    Considere o congelamento de óvulos Se você não pretende engravidar agora, essa é uma ótima opção para preservar a fertilidade. 4.    Cuide do seu estilo de vida Alimentação saudável, exercício físico e controle do estresse ajudam a manter o equilíbrio hormonal e reduzir sintomas. 5.    Conte com especialistas em reprodução humana O olhar de um profissional especializado faz toda a diferença no tratamento e no planejamento familiar. Uma mensagem para você, mulher A endometriose e outras doenças femininas não precisam ser uma barreira intransponível  para a maternidade. Com conhecimento, planejamento e o acompanhamento adequado, é possível encontrar soluções reais e realizar o seu sonho de ser mãe. Se você tem dúvidas sobre sua fertilidade ou desconfia de algum desses sintomas, procure um médico de confiança. Sua saúde reprodutiva merece atenção e cuidado.

  • Dia das Mães e Infertilidade: O Sonho Que a Medicina Reprodutiva Pode Realizar

    O Dia das Mães é uma data que celebra o amor incondicional e a maternidade em suas mais diversas formas. No entanto, para muitas mulheres que enfrentam a infertilidade, este dia pode ser um lembrete doloroso de um sonho ainda não realizado. Eu sei o quanto essa jornada pode ser desafiadora. Como especialista em Reprodução Humana, vi muitas mulheres e casais lutarem para realizar o sonho de serem mães, e sei que o impacto do diagnóstico de infertilidade é profundo e angustiante. A infertilidade afeta cerca de 15% dos casais em idade reprodutiva, e essa realidade muitas vezes é carregada de frustração, ansiedade e sentimentos de solidão. A infertilidade pode ser difícil de entender, especialmente quando não há respostas claras ou explicações sobre o que está acontecendo. Mas, felizmente, a medicina reprodutiva tem avançado consideravelmente, oferecendo novas possibilidades para mulheres que ainda sonham com a maternidade. O Impacto do Diagnóstico de Infertilidade Quando o diagnóstico de infertilidade chega, é comum que o choque seja grande. Muitas mulheres tentam engravidar por anos sem sucesso e, muitas vezes, não sabem por que isso está acontecendo. As causas podem ser diversas, afetando tanto a mulher quanto o homem, ou até mesmo envolvem fatores combinados. Entre as principais causas estão: Baixa reserva ovariana ou falência ovariana precoce; Síndrome dos ovários policísticos (SOP); Endometriose; Alterações nas trompas de falópio; Fatores masculinos, como baixa contagem ou motilidade dos espermatozoides, varicocele, entre outros; E, em alguns casos, a infertilidade sem causa aparente (ISCA). É importante entender que o diagnóstico de infertilidade não significa que a maternidade seja um sonho impossível. Hoje, a medicina reprodutiva oferece tratamentos eficazes que podem ajudar a transformar esse desejo em realidade. O Caminho da Medicina Reprodutiva Cada caso é único, e é por isso que uma avaliação especializada é essencial para entender as opções de tratamento mais adequadas para cada mulher ou casal. A medicina reprodutiva oferece diversas abordagens que podem aumentar as chances de uma gestação bem-sucedida. Entre os tratamentos disponíveis estão: Indução da ovulação e coito programado : Para mulheres com ciclos irregulares, ajudando a estimular a liberação de óvulos e aumentando as chances de uma concepção natural. Inseminação intrauterina (IIU) : Método em que os espermatozoides são inseridos diretamente no útero para facilitar a fecundação, indicado para casos mais leves de infertilidade. Fertilização in vitro (FIV) : Um dos tratamentos mais avançados, onde óvulos e espermatozoides são fertilizados em laboratório, e os embriões são transferidos para o útero. Ovodoação : Para mulheres que não possuem óvulos saudáveis ou apresentam baixa reserva ovariana, a possibilidade de receber óvulos de outra mulher e fertilizar com o espermatozoide do parceiro ou de um banco de sêmen. Útero de substituição : Para mulheres que não podem gestar, permitindo que outra mulher, como uma familiar ou amiga, leve a gestação adiante. Preservação da fertilidade : O congelamento de óvulos é uma opção para mulheres que ainda não estão prontas para engravidar, mas querem preservar suas chances no futuro. A Maternidade em Suas Diversas Formas A maternidade não é uma linha reta, e cada caminho até ela é válido e especial. O desejo de ser mãe é universal, mas as formas de realizá-lo são diversas. O mais importante é o vínculo, o cuidado, e o amor que podemos oferecer a uma criança, seja por meio de tratamentos de reprodução assistida, adoção ou outras alternativas. Neste Dia das Mães, quero lembrar a todas as mulheres que, se você está enfrentando dificuldades para engravidar, você não está sozinha. A medicina reprodutiva está aqui para ajudar a transformar a esperança em realidade, oferecendo soluções que podem ajudar a tornar o sonho da maternidade possível! Dra. Carla Iaconelli

  • Por que preservar a fertilidade antes da menopausa é tão importante?

    Por Dra. Carla Iaconelli – Especialista em Reprodução Humana A vida moderna nos oferece muitas possibilidades: investir na carreira, viajar, estudar, realizar sonhos pessoais… E tudo isso, muitas vezes, faz com que deixemos a maternidade para depois. Mas existe um ponto essencial que não pode ser ignorado: o tempo. A fertilidade feminina tem prazo e, por isso, é importante olhar para ela com atenção antes da chegada da menopausa. Quando começa o declínio da fertilidade? A menopausa acontece, em média, aos 51 anos, mas a dificuldade para engravidar pode começar bem antes — por volta dos 40, ou até mesmo aos 35 anos. Esse período de transição, conhecido como climatério, marca o início de mudanças hormonais importantes. E uma delas é justamente a infertilidade. Aos 35, a quantidade e a qualidade dos óvulos já começam a diminuir. Isso significa que, mesmo com uma vida saudável, as chances de engravidar naturalmente também vão diminuindo. O que podemos fazer para preservar a fertilidade? A boa notícia é que a medicina reprodutiva evoluiu muito. Hoje, temos técnicas como o congelamento de óvulos ou embriões que oferecem a possibilidade de planejar a maternidade com mais liberdade. Se essa preservação for feita antes dos 35 anos, as chances de uma gravidez bem-sucedida no futuro aumentam significativamente. É uma forma de se antecipar ao relógio biológico e manter viva a possibilidade de ter um filho biológico no momento certo da sua vida. E se engravidar naturalmente não for possível? Mesmo que não seja possível usar os próprios óvulos, ainda existem caminhos. Um exemplo é a ovodoação , um tratamento em que os óvulos de uma doadora saudável são utilizados para gerar o embrião. Essa técnica tem ajudado muitas mulheres que enfrentam falência ovariana, alterações genéticas ou que já passaram por várias tentativas de FIV sem sucesso. O planejamento é seu aliado Sempre digo às minhas pacientes: quanto mais cedo você entender as possibilidades que existem, mais liberdade terá para escolher o que faz sentido para você. Além disso, planejar a gravidez com antecedência permite equilibrar outros aspectos importantes da vida — como a carreira, as finanças e até a saúde emocional. O que você precisa saber agora: - A fertilidade começa a cair após os 35 anos. - A menopausa marca o fim da fase reprodutiva. - É possível preservar a fertilidade com o congelamento de óvulos ou embriões. - Tratamentos como ovodoação oferecem novas possibilidades. - Check-ups regulares com especialistas ajudam na tomada de decisões. Informação é poder Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 17,5% da população adulta no mundo é infértil. No Brasil, são 278 mil casais enfrentando esse desafio. Por isso, informação e planejamento são aliados poderosos. A sua jornada é única — e cuidar da sua saúde reprodutiva faz parte dela. Se você tem dúvidas sobre fertilidade, quer entender melhor suas opções ou está pensando em preservar seus óvulos, agende uma consulta. Vamos conversar com calma e traçar o melhor caminho para você.

  • Reprodução assistida: o que é, para quem é indicada e como funciona a Fertilização in vitro (FIV)

    A reprodução assistida compreende um conjunto de tratamentos médicos voltados a auxiliar pessoas que enfrentam dificuldades para engravidar. As técnicas mais utilizadas são: relação sexual programada (RSP), inseminação artificial (IA) e fertilização in vitro (FIV). Esses métodos são amplamente indicados para casais com infertilidade, mas também atendem pessoas solteiras que desejam realizar o sonho da maternidade ou paternidade, casais homoafetivos e aqueles que buscam evitar a transmissão de doenças genéticas. Tratamentos de fertilidade de baixa e alta complexidade A RSP e a IA são consideradas técnicas de baixa complexidade e mais indicadas quando os obstáculos à fertilização são menos graves, já que a concepção acontece de forma natural, nas trompas uterinas. Já a FIV, por ser um tratamento de fertilidade de alta complexidade, é recomendada em casos mais sérios. Nessa técnica, a fecundação é realizada em laboratório, permitindo maior controle do processo. Como funciona a fertilização in vitro passo a passo A fertilização in vitro é uma das técnicas mais eficazes da reprodução assistida e envolve a união dos óvulos e espermatozoides em laboratório, seguida da transferência do embrião para o útero. Veja como o procedimento é feito: Estimulação ovariana : a mulher utiliza hormônios para estimular a produção de múltiplos folículos. Coleta dos óvulos e preparo do sêmen : os óvulos são retirados e selecionados, enquanto os melhores espermatozoides são separados. Fecundação : geralmente realizada por ICSI, em que um espermatozoide é injetado diretamente no óvulo. Cultivo dos embriões : os embriões são cultivados por até seis dias em laboratório. Transferência embrionária : feita no terceiro (D3) ou no quinto dia (D5), dependendo do estágio de desenvolvimento. Além dessas etapas, exames como o teste genético pré-implantacional (PGT) ajudam a detectar doenças genéticas e alterações cromossômicas antes da implantação. Causas da infertilidade e quando buscar tratamento A infertilidade é percebida após tentativas repetidas e sem sucesso para engravidar. Pode ter origem tanto no sistema reprodutor feminino quanto no masculino. Entre as causas femininas mais comuns estão: - Diminuição da reserva ovariana com o avanço da idade - Distúrbios de ovulação - Obstruções nas trompas de falópio - Problemas no útero, como miomas, pólipos ou endometriose Nos homens, a principal forma de avaliar a fertilidade é por meio do espermograma, exame que analisa a qualidade e quantidade dos espermatozoides. A ausência (azoospermia) ou alterações na forma e mobilidade podem indicar infertilidade masculina. Exames de imagem, análises hormonais e testes para infecções também fazem parte da investigação da fertilidade. Quando os exames não apontam uma causa específica, o quadro é classificado como infertilidade sem causa aparente (ISCA). Indicações da FIV: quando a fertilização in vitro é recomendada A FIV é indicada em diversos cenários, como: - Mulheres com trompas obstruídas - Casos graves de endometriose - Pacientes com alterações uterinas - Mulheres com mais de 35 anos - Após falhas em outros tratamentos de fertilidade - Casais homoafetivos masculinos - Para evitar doenças genéticas hereditárias - Mulheres que passaram por laqueadura e não conseguiram reverter o procedimento - Homens com azoospermia ou que fizeram vasectomia Taxa de sucesso da FIV A fertilização in vitro (FIV) tem uma taxa média de sucesso de aproximadamente 50% por ciclo, variando conforme a idade da paciente, a causa da infertilidade e a resposta ao tratamento. Deseja saber mais sobre o assunto ou agendar uma consulta?

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